domingo, 22 de julho de 2012

Para passar o tempo

          Agatha Christie é uma das minhas escritoras favoritas. Adoro lê-la entre dois romances pesados porque ela me permite dar uma pausa para respirar, para me divertir e para não me deprimir com alguns livros que leio. Suas histórias me propiciam isso não por serem estúpidas ou irreais, mas porque tem uma forma tão familiar de serem contadas, pelo menos para mim, que eu me sinto em território conhecido. Enfim, já li dezenas de livros dela e conforme me seja possível vou escrever sobre eles aqui.
             Poirot e o mistério da arca espanhola £ outras histórias se sobressaiu na biblioteca porque eu amo Poirot, o detetive mais famoso da rainha do crime. Só que como eu já li um monte de seus livros, achar uma história inédita na qual ele participe é um pouco complicado para mim por requerer uma certa procura. Por isso, o título encheu meus olhos, digamos assim.
           Na verdade, o livro é uma compilação de nove histórias e é somente em uma delas que Poirot aparece. Quem está familiarizado com Agatha vai perceber que ela adota um tom diferente nessas pequenas narrativas. Há uma abordagem mais psicológica e, portanto, mais profunda dos personagens. A maior parte da ação se dá na mente dos protagonistas, principalmente em A casa dos sonhos e Dentro de uma parede.
               Adorei a lição por trás de O limite, cuja breve discussão sobre a loucura me prendeu bastante. Já A atriz e O ouro de Manx não conseguiram me cativar, especialmente o último. O deus solitário tem aquele adorável romantismo clássico de Agatha, simples e cativante, e O jogo de chá do arlequim conseguiu me marcar, graças a rara aparição de Harley Quinn. Por incrível que pareça, Poirot e o mistério da arca espanhola foi simplesmente mais do mesmo, com um desfecho de certa forma previsível e com a típica personagem femme fatale sobre a qual Agatha tanto gosta de dissertar através de seu brilhante detetive. Destaque para Enquanto a noite durar, a joia da coroa, breve e bela.
             Não falo nada mais específico sobre os enredos porque tiraria toda a graça. Diria que é um livro adequado para ser lido na fila de espera do banco ou no ônibus a caminho da faculdade. Uma leitura agradável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário